Sobre a questão de conservar ou não.
Tava em casa, picando cebola. E chorando, por causa dela. Ah... cebola safada.Escutando Zeca Baleiro. Um cara que eu curto muito.
Tem umas questões filosóficas (não sei se é bem essa palavra) que me tiram o sono. Um delas é: conservar ou mudar.
Eu gosto muito duma frase dum grande mestre lá da Faculdade de Educação: "Fácil é ser igual, difícil é ser diferente".
Conservar o que tá aí, é, na verdade, na maioria das vezes, sinônimo de agir de acordo com as normas sociais, familiares e judaico/cristãs que nos são postas. Às vezes. Às vezes a gente conserva simplesmente porque é bom mesmo.
Essa música do Baleiro é uma das poucas composições que eu respeito que me deixam na dúvida: agir igual, gostar igual, das mesmas coisas (a mesma e única casa, onde eu sempre morei...) ou mudar tudo isso? Depende. Eu gostaria de conservar só as coisas que fazem bem. Nem sempre dá. Geralmente uma estrutura que diz que não. E eu aceito. As vezes.
Bueno, escolhi Ciências Sociais. Quando tinha 17 anos. E hoje, sem arrependimentos, pode ser que, nesse sentido, eu não fui com as outras. E sou bem feliz com isso. Bem feliz mesmo. E com uma vontade louca de imprimir o futuro.
http://www.youtube.com/watch?v=w34OCRdU4Ys
Minha Casa
É mais fácil
Cultuar os mortos
Que os vivos
Mais fácil viver
De sombras que de sóis
É mais fácil
Mimeografar o passado
Que imprimir o futuro...
Não quero ser triste
Como o poeta que envelhece
Lendo Maiakóvski
Na loja de conveniência
Não quero ser alegre
Como o cão que sai a passear
Com o seu dono alegre
Sob o sol de domingo...
Nem quero ser estanque
Como quem constrói estradas
E não anda
Quero no escuro
Como um cego tatear
Estrelas distraídas
Quero no escuro
Como um cego tatear
Estrelas distraídas...
Amoras silvestres
No passeio público
Amores secretos
Debaixo dos guarda-chuvas
Tempestades que não param
Pára-raios quem não tem
Mesmo que não venha o trem
Não posso parar
Tempestades que não param
Pára-raios quem não tem
Mesmo que não venha o trem
Não posso parar...
Créditos da Imagem: Um tal de Pablo Picasso.
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