domingo, 15 de novembro de 2009

Todo amor que houver nessa vida.


Amanhã, dia 16 de novembro é aniversário do meu irmão, Richard. Idade: 2.1

É aquela coisa: "ai ai ai, como o tempo passa!"
Me lembro do momento que me disseram que eu teria um irmãozinho ou irmãzinha.
Fiquei imaginando um irmão que ia sair de dentro da barriga da minha mãe. Era um tanto difícil.

Estava todo mundo muito feliz, porque meus pais já estavam tentando há algum tempo. Eu já estava com mais de quatro anos e eles não queriam que eu fosse filha única, principalmente minha mãe que é filha única e que sempre se sentiu muito sozinha por causa disso.

Tínhamos uma vizinha muito querida, ainda viva, e bem velhinha que chama Dona Jandira.
Ela perguntou pra mim: "quer maninho ou maninha?" Eu prontamente respondi: "Maninha!!!"
Eu imaginava que seria uma menina, como as bonecas que eu tinha e que eu poderia brincar com ela também.
A Dona Jandira me disse: "se tu queres uma maninha, põe açúcar na janela, mas se tu quer maninho, põe sal." Eu coloquei açúcar. E me lembro que brigaram comigo.

Quando fiquei sabendo que eu tinha um maninho, fiquei muito brava e lembrei do tal açúcar que não tinha funcionado...

Visitei meu irmãozinho no hospital que diga-se de passagem era um baita alemão de quatro quilos, bem vermelhinho.
Achei aquilo legal.

Fui embora do hospital com a minha madrinha e quando chegamos em casa o "neném" tava no carrinho. Pensei eu: "eeeeeeeba! vou brincar com o maninho!!!" e peguei o carrinho e queria sair pela casa. Meu pai pegou minhas mãos e disse: "é pequenininho, não pode brincar!!!" Ele abriu a porta e me mandou sair e brincar no meu quarto. Que decepção!!! Poxa, tinha chegado um bebê em casa e eu nem podia pegar! E pior: eu perdia o posto de princesinha da casa!!!
Senti muito ciúme dele, fazia cenas pras visitas dele.
Tinha 5 anos, mas lembro como se fosse ontem.

Uma vez, sem querer, caí com ele no colo. E
le tinha um aninho, mais ou menos e bateu de cabeça no cimento, e eu achei que tinha matado o guri!!!
Eu digo até hoje pra ele, que daí que vem as "loucuras"!!!

Ele sempre foi uma criança tri querida, que vivia dizendo "eu te amo" pra mim, pra mãe e pra vó Palmira.
Tinha um cabelinho cogumelo e era parecido com o Jordi, aquele cantor francês.

Como meus pais sempre trabalharam fora, ele sempre tava comigo. Buscava da escola, levava no futebol. Vestia, dava banho. Sempre fui meio mãe.
Como se diz que amor de mãe é o maior que tem, talvez seja por isso que ele é a pessoa que eu mais amo no mundo.

Aquela música cantada por Kleiton e Kledir, expressa o sentimento do pouco valor que a gente dá para os irmãos na maioria das vezes.
Talvez, quando amadurecemos, começamos a entender melhor essa coisas e ver que irmãos, são geralmente, aqueles amigos pra sempre. Aqueles pra contar pra sempre. Feito corpo e alma.

Feliz aniversário, meu irmão querido, meu par incondicional.

Quando eu era assim
Bem menor
Não tive afim, sei lá
De pensar em nós
Agora eu sei e entendo melhor
Vidente eu li no céu
Vai por mim, somos corpo e alma
Meu irmão, meu par

Quando a solidão

Se enredar em ti
E o coração dançar
Conta comigo
Eu quero estar, viu
A teu lado
E haja o que houver
Junto a ti, feito corpo e alma
Meu irmão, meu par

Sei que a vida vai aprontar
E o que vier, azar
A dois é fácil segurar
Se Deus deixar, viu
Meu amigo
Vou sempre estar aqui
Junto a ti, feito corpo e alma
Meu irmão, meu par


"Mani: quer picoca?"


Hasta!

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