domingo, 7 de março de 2010

PS: essa história é baseada em fatos reais.

Lá estava eu. Um gaucho na capital do Paraná. Um veterinário de esquerda atuando de forma nada revolucionária, nada a ver com as minhas antigas ambições de marxista que tinha como grito de ordem preferido “fora inguelore, FHC e FMI”. Entregue as tentações capitalistas e cobrando quinze reais por um shampoo de cachorro.
O Toby estava lá na clínica fazia umas três semanas. O dono do Cachorro (um poodle cheio de frescura), o Sodré, era um advogado bem sucedido que tinha uma filha da idade da minha. A diferença é que ela estudava no colégio mais caro de Curitiba. A mulher era uma perua que ajudava o cara no escritório, uma loira de farmácia com um bundão e um peito, que com certeza deve ter custado uns ‘oito pila’. Com todos os procedimentos, hospedagem e caralho a quatro, o cara devia uns dois mil... no mínimo o preço de quatro poodles ou dois shitzus... ou podia ir no canil municipal de Pelotas e adotar uns vinte cachorros (o que não custaria nada).
Aquela noite, sozinho na Clínica, aparecem os Sodré, com a cadelinha da família, a Meg (nome mais clichê, poramordedels)... uma yorkshire super chata. Disseram que ela estava com diarréia. Examinei e como estava tudo beleza, mandei para casa, depois de medicada. Achei aquilo muito estranho... a peituda estava um tanto nervosa, enquanto o marido e a filha andavam pela clinica olhando coleiras coloridas e brinquedos para cachorro.
No outro dia, lá pelas 7h da manhã, morrendo de sono, fui ver os cachorros internados. Putz! Cadê o Toby? Procurei por toda clínica. Procurei no banheiro, no balcão, na sala de banho, de cirurgia. Nada do cachorro...
Peraí! Será que o cara...
Não pode ser!
Sim! Isso mesmo, querido amigo que lê essa historinha. As câmeras da clínica não mentiam. Isso mesmo. Lá estava ele. Aliciando sua própria filha de 8 anos. E sua mulher peituda.

A incrível história do burguês que roubou seu próprio cachorro.

Hasta!

PS: essa história é baseada em fatos reais.

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